“Um grupo de leitoras fez-me chegar uma missiva em que exprimiam, em termos enérgicos, o seu protesto pelo que afirmavam ser a minha menor consideração pelo sexo feminino, melhor dizendo, pelas leitoras. Isto tudo porque, conforme anotavam, em diferentes crónicas eu me dirigi expressamente aos leitores e nem uma só vez às leitoras.
Admito já que errei. Não no sentido que as minhas caras leitoras me acusam mas pela omissão óbvia do artigo definido adequado. Quero, no entanto, desde logo também fazer explícito que, mesmo quando fiz uso do termo leitor, a maioria das vezes era nas leitoras que estava a pensar. Confesso, aliás, que são as minhas caras leitoras que me ocupam o pensamento a maior parte do tempo. Considero mesmo a insinuação do contrário de muito mau gosto.
Não há que confundir, entretanto: ter em especial apreço as mulheres não significa que tenha de fazer de conta que considero melodiosa a voz ministra da educação ou que o seu discurso sobre a educação me soa a canto de sereia. Sinceramente, pelo contrário, espantava-me que me dissessem que a senhora alguma vez foi capaz de levar na cantiga alguém do sexo oposto. Para mim, a senhora soa-me mais a situação análoga à daquelas atletas que se descobre depois que são homens. Quer dizer, contrariando a voz corrente, nem tudo é uma questão de bugalhos e melancias.
Membro do governo por membro do governo, admito que prefiro a Isabel Mota: tem uns olhos muito mais bonitos, uma voz quente, para além de outros atributos que me escuso agora de referir. Pode não ser grande coisa como secretária de estado, o que é mais que certo, mas sempre é apresentável. E o jeitinho que tem para se referir aos milhões de Bruxelas?! Não admira que o Parcídio se tenha mostrado grato pela visita recente da secretária de estado ao Vale do Ave. Daí podem imaginar a atenção e o agrado com que seriam recebidas a Claudinha e a Naomi. Têm bom gosto os autarcas do Vale do Ave; há que reconhecê-lo.
Com isto, caras leitoras, creio ter deixado bem a nu a falta de substância do protesto lavrado que me endereçaram. Aliás, se a expressão não fosse excessiva, eu terminaria sublinhando que há mesmo leitoras pelas quais estaria disposto a fazer algumas loucuras.”
J. C.
Admito já que errei. Não no sentido que as minhas caras leitoras me acusam mas pela omissão óbvia do artigo definido adequado. Quero, no entanto, desde logo também fazer explícito que, mesmo quando fiz uso do termo leitor, a maioria das vezes era nas leitoras que estava a pensar. Confesso, aliás, que são as minhas caras leitoras que me ocupam o pensamento a maior parte do tempo. Considero mesmo a insinuação do contrário de muito mau gosto.
Não há que confundir, entretanto: ter em especial apreço as mulheres não significa que tenha de fazer de conta que considero melodiosa a voz ministra da educação ou que o seu discurso sobre a educação me soa a canto de sereia. Sinceramente, pelo contrário, espantava-me que me dissessem que a senhora alguma vez foi capaz de levar na cantiga alguém do sexo oposto. Para mim, a senhora soa-me mais a situação análoga à daquelas atletas que se descobre depois que são homens. Quer dizer, contrariando a voz corrente, nem tudo é uma questão de bugalhos e melancias.
Membro do governo por membro do governo, admito que prefiro a Isabel Mota: tem uns olhos muito mais bonitos, uma voz quente, para além de outros atributos que me escuso agora de referir. Pode não ser grande coisa como secretária de estado, o que é mais que certo, mas sempre é apresentável. E o jeitinho que tem para se referir aos milhões de Bruxelas?! Não admira que o Parcídio se tenha mostrado grato pela visita recente da secretária de estado ao Vale do Ave. Daí podem imaginar a atenção e o agrado com que seriam recebidas a Claudinha e a Naomi. Têm bom gosto os autarcas do Vale do Ave; há que reconhecê-lo.
Com isto, caras leitoras, creio ter deixado bem a nu a falta de substância do protesto lavrado que me endereçaram. Aliás, se a expressão não fosse excessiva, eu terminaria sublinhando que há mesmo leitoras pelas quais estaria disposto a fazer algumas loucuras.”
J. C.
(reprodução integral de crónica do autor identificado publicada no jornal Notícias do Minho de 95/09/02, em coluna regular genericamente intitulada “Crónicas de Maldizer”)
1 comentário:
Pois é, caro J.C.
Ela voltou, tão feminina como antigamente, a sua ex-Ministra da Educação.
Continua vistosa como sempre! E agora quer subir ainda mais alto...
Mas como não tem, além do sorriso e voz doce, os músculos da Rosa Mota, não deve conseguir lá chegar.
Enviar um comentário