sábado, novembro 15, 2008

Gostar de ti

Se gosto de ti?
Ainda te sobra dúvida sobre isso?
Gosto! Claro,
embora talvez preferisse que fosse doutro modo.
Teria menos inquietude.
Viveria menos angustiado
com o receio de te ver partir, um dia,
amanhã, talvez.
Tentei-o; tentei-o, convictamente,
mas perdi.

Agora, que sou eu sem ti?
Falhado que foi o empreeendimento
de não ser, para ti,
mais que um desconhecido,
restar-me-á, porventura, o destino de te amar
mesmo quando eu não seja já para ti
mais que uma memória,
amarga ou de travo doce, suave.

José Cadima


[texto inspirado em "O teu amigo desconhecido", de José Pedro Cadima (2004)]

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu amor

Ainda agora partiste e já me fazes pensar em ti. Sempre em ti.
Reli o teu poema. Quero dizer-te que as nossas angústias são tão poucas até ao momento... Por ventura, muito menos do que as do tempo em que não existia o nosso amor.
Pensa apenas que somos uns felizardos por nos amarmos assim!...
A tua Helena