Se gosto de ti?
Ainda te sobra dúvida sobre isso?
Gosto! Claro,
embora talvez preferisse que fosse doutro modo.
Teria menos inquietude.
Viveria menos angustiado
com o receio de te ver partir, um dia,
amanhã, talvez.
Tentei-o; tentei-o, convictamente,
mas perdi.
Agora, que sou eu sem ti?
Falhado que foi o empreeendimento
de não ser, para ti,
mais que um desconhecido,
restar-me-á, porventura, o destino de te amar
mesmo quando eu não seja já para ti
mais que uma memória,
amarga ou de travo doce, suave.
José Cadima
[texto inspirado em "O teu amigo desconhecido", de José Pedro Cadima (2004)]
1 comentário:
Meu amor
Ainda agora partiste e já me fazes pensar em ti. Sempre em ti.
Reli o teu poema. Quero dizer-te que as nossas angústias são tão poucas até ao momento... Por ventura, muito menos do que as do tempo em que não existia o nosso amor.
Pensa apenas que somos uns felizardos por nos amarmos assim!...
A tua Helena
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