Cheguei à rua, irado com a vida, com as minhas escolhas, com as escolhas dos outros. Tinham sido feitos estragos na minha pessoa, no meu orgulho e coração.
- Toma atenção!
Não tomei, fingi não ouvir. As manchas de dor estragavam a camisa branca reflectora daquilo que não era digno. Eu não era digno.
Tombei por fim a cabeça para traz, aproveitando o sol que raiava.
- Vejo que te decides por fim a ouvir-me!
- Desde que me tires estas ideias da cabeça, ouço-te sempre que quiseres.
- Muito bem. Cumprirás essa promessa?
- E porque não?
- Está feito! Virás ouvir a minha mensagem de tempos a tempos, e verás que te faço sentir melhor – disse o sol raiando de felicidade.
- Que tal começar já hoje?
- As pessoas olham o chão – e começou, sem dizer se ia realmente começar. Sem explicação, começou de imediato embalado em minha pressa – cada uma delas preocupada com uma pedra, com o padrão dela.
“Olham uma flor e vêem o insecto que se alimenta dela. Faz-lhes nojo… e pena: nojo de ter um insecto a tocar-lhe, dai a nossa reticência em tocar-lhe, até mesmo quando o insecto já saiu; pena pela falta de escolha da flor que se viu obrigada àquela associação quando uma imatura semente se decidiu cair ali.”
Olhei o sol. Queimaram-se-me os olhos.
- Presta atenção ao que digo mas não ao que sou. O mesmo não deverás fazer com os que te rodeiam. Continuando a mensagem de hoje, podem até tocar na flor, acariciá-la, mas parecem-me piores que insectos. Tiram-lhe toda a vida ao arrancá-la, de uma só vez.
- A tua mensagem parece-me mais um julgamento!
- E é... Mas não passa de uma introdução, de um discurso entre o bem e o mal. Uma análise às más decisões. Todos temos que saber distinguir para, por fim, percebermos a individualidade de cada escolha. Como a da própria mensagem que te transmito aqui.
- Sol... Raia-me apenas silêncio na face!
- Toma atenção!
Não tomei, fingi não ouvir. As manchas de dor estragavam a camisa branca reflectora daquilo que não era digno. Eu não era digno.
Tombei por fim a cabeça para traz, aproveitando o sol que raiava.
- Vejo que te decides por fim a ouvir-me!
- Desde que me tires estas ideias da cabeça, ouço-te sempre que quiseres.
- Muito bem. Cumprirás essa promessa?
- E porque não?
- Está feito! Virás ouvir a minha mensagem de tempos a tempos, e verás que te faço sentir melhor – disse o sol raiando de felicidade.
- Que tal começar já hoje?
- As pessoas olham o chão – e começou, sem dizer se ia realmente começar. Sem explicação, começou de imediato embalado em minha pressa – cada uma delas preocupada com uma pedra, com o padrão dela.
“Olham uma flor e vêem o insecto que se alimenta dela. Faz-lhes nojo… e pena: nojo de ter um insecto a tocar-lhe, dai a nossa reticência em tocar-lhe, até mesmo quando o insecto já saiu; pena pela falta de escolha da flor que se viu obrigada àquela associação quando uma imatura semente se decidiu cair ali.”
Olhei o sol. Queimaram-se-me os olhos.
- Presta atenção ao que digo mas não ao que sou. O mesmo não deverás fazer com os que te rodeiam. Continuando a mensagem de hoje, podem até tocar na flor, acariciá-la, mas parecem-me piores que insectos. Tiram-lhe toda a vida ao arrancá-la, de uma só vez.
- A tua mensagem parece-me mais um julgamento!
- E é... Mas não passa de uma introdução, de um discurso entre o bem e o mal. Uma análise às más decisões. Todos temos que saber distinguir para, por fim, percebermos a individualidade de cada escolha. Como a da própria mensagem que te transmito aqui.
- Sol... Raia-me apenas silêncio na face!
José Pedro Cadima
(16 de Abril de 2007)
(16 de Abril de 2007)
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