Em muitos momentos da minha vida fui levado a fazer “exercícios de escrita”. Primeiramente, para aprender a escrever; mais tarde, para dar sentido àquilo que escrevia. Depois do primeiro passo, aprende-se a andar, e na escrita acontece o mesmo. Fiz exercícios de escrita para me corrigir e aperfeiçoar; fi-los no sentido de me divertir. Cheguei a escrever para não deixar crescer desespero em mim.
Chegou a Primavera. Está sem sol e depressa o excesso de tempo livre da Páscoa me deu tempo para pensar e gerar ideias que, por sua vez, me fizeram desesperar. Recorri ao meu exterior, reordenei as ideias e continuei apoiado por algo que não era eu. Precisava de um exercício de escrita, mas algo novo. Fartara-me daquilo que eu no passado fazia: das desculpas momentâneas; das soluções temporárias.
Deu-se-me um furo no hórario escolar e aproveitei para ler (de novo o exterior). Fiz, então, um intervalo para o pensamento, o mesmo que me tinha feito desesperar, e fui para a rua. O sol raiava-me na cara. Sentindo assim os raios, veio-me à cabeça um novo impulso, ainda que narcisista.O sol transmitia-me paz, desejo de paz. O presente é de agora para a frente. O agora é tudo o mais que se possa controlar. O passado é o incontrolável. O futuro, aquilo que não deixamos escapar.
A mensagem só me chegou a mim. Provavelmente, não terá chegado aos outros em razão de simples falta de atenção. Sim, à minha volta ou do outro lado do mundo, estavam todos agarrados a circunstâncias fortuítas. Em nenhum caso, com a excepção do meu, a atenção se dirigiu para o imenso e belo sol que se decidiu a raiar-me com a sua mensagem.
Proponho então a todos os leitores (se, porventura, houver algum), que sigam o meu exercício de escrita, lendo, olhando, ouvindo, cheirando, tocando. Ficam também a saber que este exercício não está destinado a ter um fim (nem todos os textos precisam de um), pois só publicarei um quando tiver o seguinte completo, e assim sucessivamente.
O leitor terá de se ficar pelo penúltimo e fechá-lo com a própria visão de tudo o que ler. Eu farei o mesmo.
José Pedro Cadima
Chegou a Primavera. Está sem sol e depressa o excesso de tempo livre da Páscoa me deu tempo para pensar e gerar ideias que, por sua vez, me fizeram desesperar. Recorri ao meu exterior, reordenei as ideias e continuei apoiado por algo que não era eu. Precisava de um exercício de escrita, mas algo novo. Fartara-me daquilo que eu no passado fazia: das desculpas momentâneas; das soluções temporárias.
Deu-se-me um furo no hórario escolar e aproveitei para ler (de novo o exterior). Fiz, então, um intervalo para o pensamento, o mesmo que me tinha feito desesperar, e fui para a rua. O sol raiava-me na cara. Sentindo assim os raios, veio-me à cabeça um novo impulso, ainda que narcisista.O sol transmitia-me paz, desejo de paz. O presente é de agora para a frente. O agora é tudo o mais que se possa controlar. O passado é o incontrolável. O futuro, aquilo que não deixamos escapar.
A mensagem só me chegou a mim. Provavelmente, não terá chegado aos outros em razão de simples falta de atenção. Sim, à minha volta ou do outro lado do mundo, estavam todos agarrados a circunstâncias fortuítas. Em nenhum caso, com a excepção do meu, a atenção se dirigiu para o imenso e belo sol que se decidiu a raiar-me com a sua mensagem.
Proponho então a todos os leitores (se, porventura, houver algum), que sigam o meu exercício de escrita, lendo, olhando, ouvindo, cheirando, tocando. Ficam também a saber que este exercício não está destinado a ter um fim (nem todos os textos precisam de um), pois só publicarei um quando tiver o seguinte completo, e assim sucessivamente.
O leitor terá de se ficar pelo penúltimo e fechá-lo com a própria visão de tudo o que ler. Eu farei o mesmo.
José Pedro Cadima
Sem comentários:
Enviar um comentário