sábado, agosto 31, 2013

Alegra-me que sejam amarelos (2)

O comboio roda, balança, apita, corre,
e com ele corre, foge a paisagem que ladeia a linha.
A velocidade é irregular,
as paisagens sucedem-se,
umas acercando-se rapidamente,
outras tomando mais tempo.
Subitamente, pára.
Pára porquê? Pára para quê?
As imagens deixam de ser fugidias.
Fugidia permanece a minha atenção,
saltitando entre memórias do ponto de partida
e a realidade que se configura perante os meus olhos.
Formoselha?! Formosa?
Formosa mas não segura?
Mal-me-queres, pelo menos, não faltam,
embora eu prefira papoilas,
o vermelho rubro das papoilas, digo.
Permaneço alerta.
Perscruto o espaço que ladeia a linha
e ei-las que surgem,
combinadas com mal-me-queres amarelos.
Abre-se-me lugar para a esperança,
mesmo que o mais certo sejam os mal-me-queres.
Alegra-me que sejam amarelos.

K

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