i) onde foi buscar o
nome (porventura, à simpática abelha Maya da nossa infância);
ii) que idade terá
aquela abelha, agora loura, de cabelo bem composto e discurso fluente e
ininterrupto;
iii) que procurarão
nela os telespectadores a quem se dirige com conselhos múltiplos.
Olho
a Maya e interrogo-me sobre o que me trouxe a este lugar, onde sempre me sinto
desconfortável, aonde me desloco arrastado pela pressão de palavras bem
intencionadas mas que não me convencem. O que me trouxe, mesmo, foi a vontade
de retribuir a atenção (a preocupação) com um gesto que não desmerecesse essa
atenção.
Olhá
Maya. Lá está ela de novo, falando ininterruptamente, dirigindo-se a não se sabe
bem quem (felizmente, as suas palavras não me chegam inteligíveis). É toda
expressão. É toda gestos e atenção dirigidos a interlocutores abstractos (ou
concretos?) a partir de uma sala preenchida com uma cadeira, uma mesa, cartas,
muita cor e, presume-se, câmaras de filmar, com gente atrás.
Olha
a Maya, baralhando cartas, procurando, supostamente, ajudar alguém a
desembaralhar a respectiva vida.
José
Cadima
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