terça-feira, janeiro 15, 2013

Máquina do tempo

As luzes dos candeeiros, lá fora,
misturam-se com as das estrelas.
É noite sem luar
e há gente que se movimenta,
impelida pelas razões de cada um,
porventura, mantendo por menor múltiplo comum
a  luta pela sobrevivência.
Regredimos séculos, num instante.
Esta máquina do tempo
mostra desempenhos surpreendentes, implacáveis.
O tempo do Homem,
o tempo para sermos homens, mulheres
deixou de ser reconhecido.
Válidos são a correria, a esquizofrenia,
o salve-se quem puder.
O horizonte oferece-se de um negro intenso.
As luzes são crescentemente escassas.
Pressente-se o dia
mas não a sua materialidade.
Será esta máquina do tempo capaz
de devolver-nos o presente
ou resta-nos sonhar com o futuro?

José Cadima

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