terça-feira, janeiro 31, 2012

Dias infelizes: “remake”(2)


Queria alhear-me do que vejo.
Queria esquecer a desgraça que por aí vai,
a que não sou imune, longe disso.
Queria esconder o que sinto,
abafar o meu protesto,
mas não consigo,
nem talvez deva fazê-lo.
Queria evadir-me desta prisão,
deste desencanto que se tornou
o dia-a-dia, o meu, o teu, o nosso.
Será que alguém é capaz reconhecer-se
neste vazio de esperança,
neste percurso insano?
Vemo-nos “governados” por gente sem alma,
e sem capacidade de ver para além do horizonte próximo.
Esta é a realidade que se configura
de forma patente aos olhos de cada vez mais gente,
gente que, apesar disso, se recusa a crer
no que lhe entra, friamente, olhos dentro.    
Sinto tremenda a tarefa
de procurar alguma felicidade
para além das portas do espaço íntimo em que me fecho,
com que me protejo.
Sinto penosa esta tarefa de viver nos dias que correm.
Mais do que gregos,
dir-se-á que nos vemos portugueses,
o que devia ser sinal de esperança,
de esperança, digo.
Melhores dias virão!?

K

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