quinta-feira, outubro 13, 2011

Conversas por concretizar (4)

Continuo a aguardar o momento em que tenhas vontade de falar comigo.
Sabes: lembro-me muito bem daquela situação, há pouco mais de 2 anos, em que me apareceste no estúdio, muito perturbado, dizendo-me que não querias continuar a frequentar as aulas onde tinhas acabado de te inscrever. Dizias-me tu que precisavas de um tempo (um ano sabático) para recuperares a motivação e a vontade de estudar e fazer coisas. Mais me dizias que o que tinhas em mente era, futuramente, ter um negócio. Entretanto, tencionavas procurar um trabalho que te désse algum dinheiro, que te poderia servir também para ajudar a montar esse negócio.
Sei que depois, com a minha ajuda e a do teu avô, chegaste a procurar emprego. Eu cheguei mesmo, mercê da ajuda de um amigo e de grande insistência minha, a identificar uma empresa que aceitava ter-te lá como estagiário. Fomos lá, ambos, falar com um dos responsáveis e, depois, deixaste-me uma semana a secar para, com desculpas esfarrapadas, acabares por recusar o estágio. Foi pena. Estou certo que tinhas começado aí um projecto de vida, ainda que depois quisesses fazer outra coisa.
Insisto: o tens feito não faz sentido, quer dizer, não te leva a lado algum. Peço-te que te interrogues sobre tudo isto e concluas, como só podes concluir, que o que estás a fazer é errado, e o primeiro e maior prejudicado és tu, mesmo que com a tuas atitudes me queiras penalizar igualmente a mim e a mais não sei quem.

José Cadima

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