terça-feira, outubro 26, 2010

Longe

Longe de ti,
longe de mim,
longe...
Sinto-te longe
e fico mais longe, também,
perdido num mar de pensamentos.
De quando em quando,
um qualquer acontecimento exterior
me faz regressar,
me rouba ao alheamento que de mim se apossa.
Por breves momentos,
retorno a Lisboa, a Leiria
a um sem número de lugares,
e, logo de seguida, ao rio que tudo arrasta,
ao fogo que tudo abrasa.
É vida em convulsão onde o porto de chegada
se ansiava que apresentasse águas serenas, sereias de encantar.
Longe de mim,
o meu pensamento vagueia,
ansiando achar lugar de repouso
que possa partilhar com este corpo cansado.
A hora não terá chegado.
A hora é de fazer caminho,
correr, enquando as forças o permitam,
ou mesmo quando não o recomendem.
O lugar de peregrinação é este, cinzento,
desassossegado, longe de ti, longe de mim, longe...

José Cadima

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