segunda-feira, agosto 27, 2007

É assim que as coisas da vida são

Há coisas que não programamos,
que acontecem, simplesmente.
Algumas são boas,
outras não desejamos que aconteçam,
cedo ou tarde.
Nalguns casos, boas ou más, sabemos como lidar com elas;
noutros casos nem por isso.
É assim que as coisas da vida são:
por mais que se planeie,
por mais que fujamos dos desencontros da vida,
poucas vezes temos aquilo que desejamos muito,
e, tratando-se de afectos, de amor,
menos seguro é alcançá-los à medida da nossa carência imensa
e ser capaz de conservá-los.
É assim que as coisas da vida são,
para nosso infortúnio.

José Cadima

(adaptado de José Pedro Cadima, Poemas 2004, "As coisa que acontecem")

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