quarta-feira, agosto 08, 2007

Abraçar-te, qual naufrago

Abraço-te
como me agarro à ideia de depender de algo exterior.
Será esse, talvez, o consagrar da minha ruína.

Faço-o do mesmo modo que outros se entregam à sua fé.
Fica-me a esperança
que os meus medos mais profundos se não confirmem
e tu sejas mesmo só a doçura
que aparentas ser
e que me induz a abraçar-te,
qual naufrago.

José Pedro Cadima

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