Uma
outra vez, parto sem ti,
mesmo
se a ausência não se prevê longa.
De
novo, parto sem ti
e
a tua memóriia não me abandona nem um instante,
parte
que és do meu existir.
Parto
e interrogo-mo se não é saudável partir,
libertar-te
de uma presença
que,
às vezes, me interrogo se não te sufoca.
Em
boa verdade, o que mais sufoca,
a
ambos, creio, serão as margens que nos
comprimem,
mas
isso basta para que me sinta impelido a partir
e,
logo depois, seja o fantasma da tua ausência
que
me capture a mente, de forma insistente.
Equilíbrio
precário este em que me balanço,
onde
a tua ausência me é insuportável
mas
a materialização do teu presente,
que
não a tua materialidade,
me
impelem a partir,
na
esperança de que a ausência seja breve
e,
no regresso, o reencontro
seja
a única coisa que importe.
José Cadima
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