domingo, novembro 11, 2012

Partir, sem ti

Uma outra vez, parto sem ti,
mesmo se a ausência não se prevê longa.
De novo, parto sem ti
e a tua memóriia não me abandona nem um instante,
parte que és do meu existir.
Parto e interrogo-mo se não é saudável partir,
libertar-te  de uma presença
que, às vezes, me interrogo se não te sufoca.
Em boa verdade, o que mais sufoca,
a ambos, creio,  serão as margens que nos comprimem,
mas isso basta para que me sinta impelido a partir
e, logo depois, seja o fantasma da tua ausência
que me capture a mente, de forma insistente.
Equilíbrio precário este em que me balanço,
onde a tua ausência me é insuportável
mas a materialização do teu presente,
que não a tua materialidade,
me impelem  a partir,
na esperança de que a ausência seja breve
e, no regresso, o reencontro
seja  a única coisa que importe.

José Cadima

Sem comentários: