quinta-feira, outubro 28, 2010

Minha flor

Chamas-me “minha flor”.
Reclamas que não pode ser cinzenta a minha vida,
que não podem ser cinzentas as nossas vidas.
E que cor podem ter, então,
cheias que são da mediocridade do tempo presente
e mergulhadas que estão em correrias
para lugar algum,
a que somos levados no quotidiano?
A tua vida não é cinzenta,
gostaria de proclamar eu,
mas não serei eu, por mim só,
capaz de mudar-lhe a tonalidade
para outra mais viva, mais radiante.
Com aguaceiros todos somos confrontados,
e até com turbilhões ocasionais,
mas isso é expressão de vida;
é a turbulência da vida.
O cinzento é antecâmara de morte,
a não ser que o sol que possa espreitar
por trás das nuvens densas vença.
Acredito-te parte desse sol.
Só não sei se este enevoamento
que vai tolhendo as nossas vidas
não acabará por ser mais forte que nós,
para sempre, meu amor.

K

1 comentário:

Anónimo disse...

realmente a vida é muito complicada.
mas são os caminhos,
que se trilham, por vezes são cinzentos. outras vezes negros.
dificil lutar contra o destino.
colhemos aquilo que semeamos.