Sonhos a um espelho
Imagina só poderes ver os meus sonhos no meu reflexo. "Jornal de Parede" de José Pedro Cadima e de José Cadima
domingo, julho 28, 2024
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sábado, dezembro 17, 2022
segunda-feira, março 14, 2022
Há 10 anos, por ocasião da celebração dos 30 anos da Escola de Economia e Gestão (UMinho)
Cheguei a Braga a meio de
Dezembro de 1982 para iniciar funções docentes pouco depois, em Janeiro de
Quando cheguei a Braga,
conhecia uma única pessoa na cidade e na Universidade do Minho. Conhecêramo-nos
enquanto estudantes do Instituto Superior de Economia, da Universidade Técnica
de Lisboa (actualmente, ISEG). Por coincidência, trata-se do Presidente da
Escola de Economia e Gestão (EEG) em funções (Manuel Rocha Armada).
Fui contratado para a
dita “unidade” na mesma altura que 5 outros jovens recém-licenciados, dos quais
permanecem ao serviço da Universidade do Minho apenas 2: Luís Gonçalves (Escola
de Direito) e Pedro Vasconcelos (Escola de Direito). Um outro, que alguns dos
presentes conhecerão, ainda é fácil encontrá-lo por Braga mas há muito
enveredou por outro percurso profissional (a banca). Refiro-me a António
Marques, actual Presidente da Direcção da Associação Industrial do Minho e, curiosamente,
também Presidente do Conselho Geral do Instituto Politécnico do Cávado e do AVE
(IPCA).
Entre o serviço que me
foi distribuído nesse primeiro ano e nos que se seguiram estavam cadeiras como
Macroeconomia, Moeda e Crédito, Desenvolvimento Económico Regional e Local,
Análise Económica de Projectos e Análise
de Projectos. Os destinatários do ensino de que
fui encarregue eram alunos de Gestão, de Administração Pública e de Relações
Internacionais, se bem que também me tivesse calhado leccionar disciplinas como
"Problemas Económicas da Actualidade" em “opções culturais” de cursos
de Engenharia.
Entre os alunos que tive
logo no meu primeiro ano na UM (a marca UMinho é uma coisa recente)
encontravam-se dois(duas) que pouco tempo depois viriam a integrar o corpo
docente da “Escola”. Desses(dessas), um(a) aposentou-se entretanto,
permanecendo em funções outro(a). Refiro-me a, respectivamente, Elvira Lima e
Mª Helena Guimarães.
A UCP-Economia e Gestão
era então (Janeiro de 1983), no total, qualquer coisa como 29 docentes e 2
funcionários, todos instalados no último piso de um prédio situado na rua D.
Pedro V, construído para servir de habitação. Como local de trabalho, a uns
calhou a sala de estar ou os quartos, a outras a cozinha.
Soube algum tempo depois
que, até pouco antes, as ditas instalações tinham sidas partilhadas com colegas
das Ciências Sociais. Cheguei mesmo a cruzar-me aí com um (Aníbal Alves –
Comunicação Social) que, estando no estrangeiro a preparar doutoramento quando
a “cisão” se deu, aproveitou uma visita que fez a Portugal mais tarde para
recolher livros e outro material que deixara no espaço que usava para
trabalhar. Desse processo de emancipação da Economia e Gestão das Ciências
Sociais não me chegou mais do que isso. Ouvi falar de nomes, como Lima de
Carvalho, que só muito mais tarde conheci.
Foi nesse espaço que
travei contacto também com Altamiro Machado (Informática de Gestão/Sistemas de
informação). Tal aconteceu numa ocasião em que fez uma visita ao Professor
António Vale e Vasconcellos. Ambos, são nesta altura apenas memória, como
vários outros professores com que me fui cruzando nos corredores da UMinho e
nas ruas das cidades de Braga e de Guimarães, de bastantes dos quais guardo
gratas recordações.
A Escola de Economia e
Gestão era então apenas um projecto, em todo o caso, partilhado com razoável
entusiasmo por muitos de nós.
A fase imediatamente
seguinte de materialização desse projecto foi vivida no Edifício da Rua do
Castelo, tendo-se constituído num momento particularmente rico em matéria de
convívio, tirando proveito da existência logo ao lado de alguns cafés e
restaurantes, onde, a meio da tarde, era possível trocar ideias entre um prato
de rissóis e algumas cervejas. Tínhamos o futuro pela frente. Sonhar era
possível.
J. Cadima Ribeiro