A culpa é toda minha, por não entender a tua psicologia feminina, mas quem seria capaz da entender?
José Cadima
Imagina só poderes ver os meus sonhos no meu reflexo. "Jornal de Parede" de José Pedro Cadima e de José Cadima
sexta-feira, dezembro 30, 2011
quarta-feira, dezembro 28, 2011
Minha querida Cláudinha
Embora
se possam fazer balanços todos os dias, há ocasiões em que faz mais sentido fazê-los
e o final do ano é uma delas. No balanço do ano que faço, tenho que pôr do lado
do activo e agradecer-te a atenção, o carinho, o amor que me dedicaste, que me
fez sentir valer a pena este quotidiano penoso que é viver e trabalhar em
Portugal nos tempos que correm, infelizes, longe de qualquer alento, cada vez
mais longe do atendimento das expectativas básicas do comum do cidadão, de que
eu me sinto parte, substantiva e subjectivamente.
Foi
bom saber-te a meu lado, ter seguro um abraço no fim do dia, saber garantido o
refúgio necessário de quem enfrenta um dia longo sem momentos de tréguas. Foi
bom, foi um renovar de esperança saber que alguém me esperava no final de cada
jornada.
Pena
tenho de, por força deste desgaste de muitos anos que levo, não ter sido capaz
de responder a cada abraço teu com outro abraço, de não ter sabido dobrar em
beijos aqueles que me deste, de não ter sido capaz de fazer de cada dia teu um
hino à alegria e ao amor. Não era fácil, é certo, mas devia ter feito bem mais
e melhor.
Em
hora de balanço, não sou capaz de alinhar dados do lado do passivo. Obviamente
que houve momentos em que senti que não eras capaz de acompanhar-me nos silêncios
que me eram tão necessários, na minha visão das pessoas e do mundo mas isso não
chega para que faça sentido relevá-los. No passivo, quedam apenas as minhas
incapacidades e limitações, entre elas avultando os abraços que não cheguei a dar-te.
Não
sei se o tempo que se avizinha pode ser tomado por tempo de esperança, para ti,
digo, embora o deseje muito. Os sinais que nos chegam vão quase todos em sentido
contrário. Acreditando que o futuro não pode ser construído unicamente de mágoas
e pesadelos, sou levado a achar que o teu te reservará também muitas coisas boas,
porque o mereces.
Até
qualquer dia, meu amor!
José Cadima
terça-feira, dezembro 27, 2011
Acredito, tento acreditar
Acredito, tento acreditar que as coisas vão melhorar mas, algumas vezes, demasiadas, sou levado a descrer disso. É um equilíbrio desgastante este em que me movo.
K
K
sábado, dezembro 24, 2011
sexta-feira, dezembro 23, 2011
Angústia, ansiedade, insónia
Há ocasiões em que sou levado a
sentir-me o mais infeliz dos seres, mesmo sabendo que mundo fora, neste país, nesta cidade há
pessoas que não têm asseguradas condições
básicas de sobrevivência: pão, paz, habitação.
Angústia, ansiedade, insónia, são
três das dimensões que corporizam o desconforto que me atinge, isto é, que me
agride.
Interrogo-me. Interrogo-me outra
vez e não alcanço resposta. Porque será que tenho que cruzar todas as etapas
deste calvário se nem sequer alimento a esperança de alcançar a redenção final,
dos justos, como alguém diria?
Um existir sofrido; poucas vezes
sereno. Vale a pena uma existência assim? E porquê se não regateio entrega, sacrifício
até, algumas vezes.
Estado de alma ou alma sem
estado, sem estância segura, sem lugar onde viver em paz? Será tempo de abandonar
esta luta ou, antes, de abraçá-la com mais força, na esperança derradeira de atingir
o oásis, um qualquer oásis, assumindo que os haja? E se não houver?
Há ocasiões em que sinto,
acredito que a quietude, o repouso de espírito, a paz exterior e interior são possíveis. Há ocasiões em que sinto que há-de haver razão para esta travessia
que faço, quer dizer, que julgo que o caminho que percorro tem razão de ser, que o meu
esforço, a minha entrega valem a pena, que a paz que tão ansiosamente procuro não
é apenas uma miragem, como têm sido os oásis que, ocasionalmente, tenho perscrutado
no horizonte.
Pobre da minha mente, pobre de
mim que já não vislumbro a diferença entre realidade e sonho, por ser pesadelo
continuado o quotidiano. Destino? Sorte? Mas porque hei-de sofrer de tamanha mal
sorte?
Há ocasiões em que me interrogo e
não encontro resposta alguma, sendo certo que não é a ausência de respostas que
me desespera mas, antes, esta intranquilidade que me agride, esta sensação de
caminho conducente a nenhures que percorro, esta condenação ao purgatório que
me terá sido destinada.
Um existir sofrido; raras vezes
sereno.
K
quinta-feira, dezembro 22, 2011
terça-feira, dezembro 20, 2011
sábado, dezembro 17, 2011
(O tempo que passo) Sem ti
As horas passam,
o tempo voa,
e eu continuo aqui
sem amor, sem ti.
Se conquistar o teu amor
tem sido um sonho,
nesta hora, só em sonho te tenho comigo.
O tempo passa.
Nesta hora, só em sonho te tenho aqui,
só no meu coração te encontro,
te beijo e te abraço.
Conquistar o teu amor
tem sido um sonho
não concretizado.
José Pedro Cadima
o tempo voa,
e eu continuo aqui
sem amor, sem ti.
Se conquistar o teu amor
tem sido um sonho,
nesta hora, só em sonho te tenho comigo.
O tempo passa.
Nesta hora, só em sonho te tenho aqui,
só no meu coração te encontro,
te beijo e te abraço.
Conquistar o teu amor
tem sido um sonho
não concretizado.
José Pedro Cadima
sexta-feira, dezembro 16, 2011
quarta-feira, dezembro 14, 2011
terça-feira, dezembro 13, 2011
Tu(Eu)
Senti-me mal. Apeteceu-me chorar. Apeteceu-me correr rua abaixo até não me restar energia para mais. Não fui capaz!
Decidi tomar um banho. A água morna acalmou-me, mas não chegava. Peguei num pente. O pente deslizou-me sobre os cabelos encaracolados. Arrancou montes deles. Penteei o cabelo para a frente para me tapar os olhos. Aos poucos, as pontas encaracolaram-se para cima e deixaram-me ver a minha cara no espelho.
Senti uma vez mais necessidade de gritar; senti que se não gritasse acabaria para abafar. Explodi!
É por isso que hoje não resta de mim senão o que está à vista.
José Pedro Cadima
domingo, dezembro 11, 2011
Notícias de um mundo paralelo: heterodoxias
"Sendo de saudar a heterodoxia, percebe-se amiúde que as leituras de situação feitas e as recomendações elaboradas reflectem um claro défice de visão e de reflexão sobre os princípios e a problemática da gestão da(s) organização(ões), isto é, bem intencionadas que são as ideias veiculadas, falha-lhes em muitos casos o pragmatismo associado à gestão e adequada estruturação da(s) organização(ões)."
J. Cadima Ribeiro
sábado, dezembro 10, 2011
quinta-feira, dezembro 08, 2011
Um quotidiano incerto e pouco portador de esperança
"Não é caso para ficares demasiado ansioso, se bem que devas estar atento a todas as oportunidades que surjam."
J. Cadima Ribeiro
terça-feira, dezembro 06, 2011
Hoje, especialmente hoje, apetece-me reler o texto
Escondido num novelo de lã
Num novelo de lã me quero esconder,
quietinho, aconchegado, a salvo;
a salvo do que vai lá fora,
a salvo do que ficar fora do meu novelo de lã.
Deixem-me procurar um lugar
onde possa permanecer recolhido,
longe da impiedosa lei
que, nos sonhos, traz a luz.
A opressão ataca os pobres
que querem sonhar,
encurrala-os em becos sem saída,
enche-nos a vida de medos.
Pressinto longe o meu novelo de lã.
Quem me dera tê-lo mais perto,
ali, ao alcance de uma mão.
José Pedro Cadima
Num novelo de lã me quero esconder,
quietinho, aconchegado, a salvo;
a salvo do que vai lá fora,
a salvo do que ficar fora do meu novelo de lã.
Deixem-me procurar um lugar
onde possa permanecer recolhido,
longe da impiedosa lei
que, nos sonhos, traz a luz.
A opressão ataca os pobres
que querem sonhar,
encurrala-os em becos sem saída,
enche-nos a vida de medos.
Pressinto longe o meu novelo de lã.
Quem me dera tê-lo mais perto,
ali, ao alcance de uma mão.
José Pedro Cadima
domingo, dezembro 04, 2011
sexta-feira, dezembro 02, 2011
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