domingo, março 30, 2014

Noites sem termo

É nestas noites que parecem não ter termo que mais me pergunto se vale a pena este esforço, este percurso que me coloca a cada passo novos, velhos obstáculos.
É nestas noites de vigília que mais me parece não correspondida a entrega que assumi, pese as palavras, frequentes, em sentido contrário, pese os gestos de certos momentos, quando deixamos que fique algum espaço para nós.
O mais é deriva, é rumo sem rumo, é, demasiadas vezes, desencontro. Na labuta quotidiana, o caminho do encontro fica esquecido, tido como não prioritário.
Antes estão as rotinas, as solicitações banais (que, naturalmente, têm que ter resposta), a esquizofrenia.
Antes  está, sobretudo, a paranóia, a esquizofrenia, alimentada, às vezes, inconscientemente estimulada, nunca consistentemente combatida.
Em tais circunstâncias, como pode haver tempo para nós, como podem as noites perder esta extensão infindável?
Na nossa ingenuidade, que parece ser atributo natural, vamos querendo acreditar que temos caminho pela frente, que é desta que atingimos juntos o lugar convencionado para ser ponto-de-encontro. Mas será que ainda acreditamos nisso? Estas noites infindáveis não são indicador bastante de fracasso? Que outro sentido dar-lhes?
Reclamas que te dê expressão verbal do amor que nos liga. E, então, isso é a resposta para tudo, isto é, o amor é resposta, compensação suficiente para tudo?
Ensaio retomar o sono. Anseio muito retomar esse estado de ausência, tanto quanto anseio que as noites me corram céleres.
Correr ao teu encontro ainda será possível? O sono, para já, talvez seja alcançável. Para o mais, fico sem resposta.

K

terça-feira, março 25, 2014

O pimba é que está a dar!

Cinco da manhã, hei!
Depois de um dia particularmente penoso,
o pimba é que está a dar.
Doces eram os tempos em que só os lírios-do-campo contavam.

J.C.

sexta-feira, março 21, 2014

quinta-feira, março 20, 2014

Quem luta...

"Quem luta nem sempre vence, mas quem não luta perde sempre!" 

(Autor desconhecido)

[reprodução de mensagem encaminhada por Laurentina Vareiro]

quinta-feira, março 13, 2014

Restou-lhes fazer-se à estrada

"[Em resultado das políticas económicas e sociais mantidas nos últimos anos] Salvou-se o desafio de procurar fora o que não existe cá dentro: às empresas restou-lhes procurar nos mercados internacionais o mercado que cá foi ficando cada vez mais minguado; às pessoas, mais velhas ou mais novas, restou-lhes fazer-se à estrada à procura do emprego e da realização profissional e pessoal que em Portugal lhes foram/vão sendo negados. O país, lugar de acolhimento, espaço de progresso e de realização ficou mais longe."

J. Cadima Ribeiro

domingo, março 09, 2014

Forno de aldeia
















"O pãozinho, a gente coze para um mês"

Ti Alice
[Bobadela, Boticas, 2014/03/08: excerto de declarações constantes de video exibido no contexto de ação pública de divulgação do projeto "Parque Arqueológico do Vale do Terva"]

[Fotos da autoria de C.P.]

sábado, março 08, 2014

"Sou um ser da natureza"

"Sou um ser da natureza e sinto-me bem nestas paisagens, neste mundo rural"

Alfredo Couto 
(pastor de ovelhas)

[Boticas, 2014/03/07: excerto de declarações constantes de video exibido no contexto de ação pública de divulgação do projeto "Parque Arqueológico do Vale do Terva"]

quinta-feira, março 06, 2014

"Corações em Silêncio"

«CONVITE

A Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva e a autora, Ana Antunes, convidam V. Exa. a estar presente no dia 8 de março (sábado), pelas 15:30h, no auditório da Biblioteca, para o lançamento do livro de poesia Corações em Silêncio, edição Modocromia em parceria com o Solar dos Poetas. A apresentação estará a cargo de Conceição Lima (professora e promotora do programa UMA HORA DE POESIA, na Rádio Vizela).


A entrada é livre.

Aida Alves
Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva
Rua de S. Paulo, nº 1 - Cividade
4700-042 Braga – Portugal
Tel. (00 351) 253 205 970 
Fax (00 351) 253 205 989»

(reprodução de mensagem que nos caiu entretanto na caixa de correio eletrónico, proveniente da entidade identificada)

domingo, março 02, 2014

És o verde-esperança que me resta

Em tempo de flores,
quase a chegar a Primavera,
a Primavera, nota, não a prima Vera,
que não sei por onde anda,
dizes-me que sou a tua rosa,
rosa vermelho-carmim.
Quase a chegar a Primavera,
perguntas-me se gosto de ti,
flor vermelho-carmim,
cor-de-rosa, verde, azul, de tantos tons.
Como podia eu não gostar desta rosa,
deste lírio dos campo, deste mal-me-quer cor-de-neve,
desta flor-de-laranjeira?
Custam-me os espinhos.
Custa-me destoar das tuas cores,
quando emparceiramos em jarra de cristal.
Custa-me o desafio da vida,
cansado que me sinto, tantas vezes.
Vais-me dando ânimo.
O teu vermelho-carmim, o teu tom de rosa,
o teu branco-neve perfumado puxam por mim,
contrariam os meus tons sombrios,
verde-desmaiado, azul-gasto, cinzento-névoa.
És a minha flor!
És o verde-esperança que me resta.

K.

sábado, março 01, 2014

És a minha flor

És a minha flor
Que eu toco e cheiro todos os dias
Depois de retirar-te os espinhos
Transformas-te numa rosa sedosa
Tentas e transformas-te
Numa rosa menos brava
Numa rosa vermelha-carmim

K