Imagina só poderes ver os meus sonhos no meu reflexo. "Jornal de Parede" de José Pedro Cadima e de José Cadima
domingo, setembro 30, 2012
quinta-feira, setembro 27, 2012
Lembrando: "À chuva"
Sempre a meu lado,
José Pedro Cadima
vais à chuva,
sempre à chuva!
E eu, pelo guarda-chuva
coberto e liberto
e, no entanto, preocupado.
Porque vais à chuva?
sempre à chuva!
E eu, pelo guarda-chuva
coberto e liberto
e, no entanto, preocupado.
Porque vais à chuva?
quarta-feira, setembro 26, 2012
segunda-feira, setembro 24, 2012
domingo, setembro 23, 2012
sábado, setembro 22, 2012
Estou por aqui, ainda
Estou por aqui,
Faz-me falta sentir os teus dedos
Fico triste, pressinto-te triste,
Não sei…Não sei, não.
K
maugrado
as minhas poucas qualidades,
pese os
meus imensos defeitos.
Estou por aqui, entorpecido pela tua ausência,
Estou por aqui, entorpecido pela tua ausência,
diminuído pela falta que me fazes.
Faz-me falta sentir os teus dedos
entrelaçados nos meus.
Faltam-me os teus lábios húmidos.
Falta-me o abraço capaz de transportar-me
para junto do arco-íris,
por instantes, que valem uma vida.
Caio em mim, retorno à Terra,
e tomo consciência de quanto estás longe,
e tomo consciência de quanto estás longe,
levada pela alienação do presente,
a ânsia de futuro,
o trabalho, a vida,
as pequenas coisas que nos desgastam
e nos atiram para longe do que mais importa.
Fico triste, pressinto-te triste,
mas incapaz de entender a luta que travo
para não defraudar nem a ti,
nem a outros, nem a mim,
num exercício de impossibilidades
de que sou consciente mas me recuso a admitir.
Sei-te triste.
Sei-te a reclamar que nunca mais aprendo,
mas foi exactamente isso que me levou a ti,
que agora sei longe.
Interrogo-me sobre o que te posso pedir.
Pergunto-me se vale a pena
voltar a fazer o caminho
que me levou a ti
e que me levou, até, por instantes,
a repousar, contigo, naquele ponto em que o arco-íris
toca, muito levemente, a terra.
Não sei…Não sei, não.
Tu saberás, porventura.
Tu lerás nas linhas da tua própria mão
o meu devir.
A mim, restar-me-á tentar lê-lo nos teus olhos.
Até lá, estou por aqui.
K
Estou por aqui
Estou por aqui
Sentindo-te como se...
Nos meus dedos
Na minha boca... tocasses
Caio em mim
E sinto-te longe,
do outro lado do mundo...
K
Sentindo-te como se...
Nos meus dedos
Na minha boca... tocasses
Caio em mim
E sinto-te longe,
do outro lado do mundo...
K
quinta-feira, setembro 20, 2012
terça-feira, setembro 18, 2012
Voltarei…
Não dormi bem hoje,
Ontem também não.
Há períodos em que fico,
noite adentro, a memorizar as desgraças do
dia,
os desencontros da vida.
Quanto maior é o esforço que faço
para encontrar o meu espaço de tranquilidade,
para te “apanhar”,
mais sensível fico e mais as noites me viram pesadelo.
O dia também não começou bem.
Depois da noite, veio o dia.
Depois do pesadelo da noite,
deparei-me com um dia de pesadelo.
E eu que não busco outra coisa senão tranquilidade.
Depois de dia desencontrado,
fico obrigado a clamar por compreensão,
a quem me queira compreender,
fico na esperança do reencontro
depois do desencontro.
Ingrata posição esta de ser culpado
de culpa que me escapa,
culpado de não encontrar saída para um
problema
cuja origem tenho dificuldade em descortinar.
Neste turbilhão, faço asneiras, oh se faço,
dou respostas que não eram pedidas,
desencontro-me até de mim,
que, no final, é o que mais me preocupa
e será, eventualmente, a razão primeira
das insónias que me atingem
Não há volta a dar-lhe.
Dormi mal, e essa é realidade incontornável,
tão incontornável quanto o foi a semana
emocionalmente desgastante que vivi,
pese não ter feito nada que a antecipasse,
pese a procura de encontro que activamente
prossigo.
Voltarei, estou seguro, a recuperar e a seguir
o meu caminho,
qualquer que ele seja.
Voltarei a ter uma noite repousada
um qualquer destes dias.
Voltarei…
José Cadima
domingo, setembro 16, 2012
sábado, setembro 15, 2012
sexta-feira, setembro 14, 2012
Urso de peluche
Sou o teu urso de peluche,
o cãozinho que te espera,
agitando a cauda, no teu regresso.
Sou o saco de boxe,
onde descarregas a tua ira e frustração
depois de um dia desapiedado.
Sou o possível e a impossibilidade.
O que serei amanhã, não sei.
Porventura, serei uma silhueta ao longe,
uma memória
ou o cãozinho que te aguarda,
agitando a cauda.
Anoto as tuas palavras,
registo os teus gestos,
interrogo-me.
Feito de moléculas quentes,
e de átomos radiantes,
não é fácil manter-me gelado, hirto.
Os gestos, são muito mais que as palavras.
Urso de peluche desgastado.
Cãozinho de cauda hirta.
Saco de boxe convertido em malho de aço
que não serve mais
para descarregar iras e frustrações acumuladas.
Sei-te vítima do mesmo mar encapelado
que me arrasta.
Sei-te tão incapaz quanto eu
de entender a injustiça, a crueldade
que por aí grassa.
Sei que também tu precisas
de algo que te aqueça as noites longas que estão aí,
urso de peluche
ou peluche assumindo qualquer outra forma.
Compreendo, tento entender.
Tento pôr-me na pele de outro,
mais ou menos de peluche,
mas também eu preciso de calor, às vezes,
sobretudo quando o gelo me penetra os ossos desgastados,
quando ser urso de peluche soa mais falso,
à força do desgaste da pelúcia, da pele, até.
Nessa altura, também eu desejo abraçar outra pele,
entrelaçá-la, confundir-me com ela
de modo tão estreito que não deem por mim.
É outra forma de partir.
É outro modo de chegar.
Sou o teu urso de peluche,
o cãozinho que te espera,
agitando a cauda.
Até quando não sei.
Amanhã, serei,
porventura, silhueta ao longe
ou apenas memória.
K
quinta-feira, setembro 13, 2012
quarta-feira, setembro 12, 2012
segunda-feira, setembro 10, 2012
Sopa de palavras
Só em sonho te tenho aqui.
Só em sonho…
Há quem diga que “nos sonhos,
como no amor, nada é
impossível”.
Há quem diga,
e o tempo passa.
Só no meu coração te
encontro,
Pobre
de mim,
duplamente,
pobre de mim que já não vislumbro
diferença
entre realidade e sonho,
Porque
hei-de padecer
de
tal sorte?
Sonhar é cada vez mais
difícil.
Se “amar-te tem sido um
sonho”,
a cada passo, os pesadelos
sobrepõem-se-me aos sonhos.
No meio desse turbilhão,
amar(-te) é seguro que quero,
amar(-te), “e, eventualmente,
viver”.
Submergido num mar de angústia,
abafado pela ansiedade,
refém de um corpo cansado,
não descortino escape
possível.
Sonhar é cada vez mais penoso.
K
domingo, setembro 09, 2012
"Há ocasiões em que me interrogo e ..."
"Há ocasiões em que me interrogo e não encontro
resposta alguma, sendo certo que não é a ausência de respostas que me desespera
mas, antes, esta intranquilidade que me agride."
K
K
sábado, setembro 08, 2012
quarta-feira, setembro 05, 2012
O vermelho rubro das papoilas
"Saudades tenho eu
do tempo
em que até um singelo campo
polvilhado por papoilas
se nos oferecia como um campo de morangos para sempre.
Que saudades tenho de olhar,
sem pressas, o vermelho rubro das papoilas."
José Cadima
terça-feira, setembro 04, 2012
domingo, setembro 02, 2012
Numa escala (2)
Numa escala de zero a
dez,
José
Pedro Cadima
quanto te assustaria
se te escrevesse um poema?
se te escrevesse um poema?
E se fossem cem?
Achar-me-ias tolo?
Considerar-me-ias obsessivo
ou chamar-me-ias “poeta”?
Numa escala de zero a vinte,
quanto te afastarias de mim
se te escrevesse um romance?
Incomodar-te-ia a minha confissão de amor?
Ser-te-ia pesada a minha presença
ou achar-me-ias “romântico”?
Numa escala só tua,
quanto te intimida o meu contacto físico?
E quanto temes um beijo meu?
Achar-me-ias tolo?
Considerar-me-ias obsessivo
ou chamar-me-ias “poeta”?
Numa escala de zero a vinte,
quanto te afastarias de mim
se te escrevesse um romance?
Incomodar-te-ia a minha confissão de amor?
Ser-te-ia pesada a minha presença
ou achar-me-ias “romântico”?
Numa escala só tua,
quanto te intimida o meu contacto físico?
E quanto temes um beijo meu?
sábado, setembro 01, 2012
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