terça-feira, janeiro 31, 2012

Dias infelizes: “remake”(2)


Queria alhear-me do que vejo.
Queria esquecer a desgraça que por aí vai,
a que não sou imune, longe disso.
Queria esconder o que sinto,
abafar o meu protesto,
mas não consigo,
nem talvez deva fazê-lo.
Queria evadir-me desta prisão,
deste desencanto que se tornou
o dia-a-dia, o meu, o teu, o nosso.
Será que alguém é capaz reconhecer-se
neste vazio de esperança,
neste percurso insano?
Vemo-nos “governados” por gente sem alma,
e sem capacidade de ver para além do horizonte próximo.
Esta é a realidade que se configura
de forma patente aos olhos de cada vez mais gente,
gente que, apesar disso, se recusa a crer
no que lhe entra, friamente, olhos dentro.    
Sinto tremenda a tarefa
de procurar alguma felicidade
para além das portas do espaço íntimo em que me fecho,
com que me protejo.
Sinto penosa esta tarefa de viver nos dias que correm.
Mais do que gregos,
dir-se-á que nos vemos portugueses,
o que devia ser sinal de esperança,
de esperança, digo.
Melhores dias virão!?

K

domingo, janeiro 29, 2012

Recuperando uma coisa divulgada algures e com algum tempo de existência, que não tem actualidade nos factos mas tem-na nas circunstâncias


1.      Já mais do que uma vez tive oportunidade de me referir ao desconforto com que algumas pessoas e entidades lidam com a informação. Por eles(as) o “lápis azul” ainda existia. E não me estou a referir só ao governo de Sócrates.
2.      Numa Escola universitária assistiu-se ultimamente ao desenrolar de uma série de estranhos incidentes. Timidamente, um blogue dá uma breve notícia disso, relatando ipsis verbis alguns detalhes do acontecido, em verdade, coisas do arco-da-velha. Fá-lo na expectativa de que alguém se interesse pelo assunto.
3.      Enquanto há quem diz que vai resolver o assunto e enquanto os requerimentos e as mensagens de correio electrónico vão andando de um lado para o outro, substantivamente tudo permanece na mesma. Na mesma é uma forma de dizer já que houve quem tivesse que assegurar serviços que não lhe tinham sido atribuídos e houve quem, com paninhos quentes, tentasse que o problema não ganhasse maior e mais dramática dimensão.
4.      Posto o arrastar da situação e a inércia instalada, o blogue que já se tinha referido (timidamente) ao assunto, volta à carga alguns dias depois. Desta vez, de forma mais veemente, relatando factos, uma vez mais. O “sistema” reage com desconforto e o assunto tem o esclarecimento formal que urgia mas não aparecia.
5.      A abrir a 4ª semana, ainda nem tudo está resolvido mas parece caminhar nesse sentido. É então que surge distribuído na Escola uma “nota informativa” onde, no essencial, se enumeram vários dos factos já relatados mas, sobretudo, se crítica “a boataria e os bogs que só tem contribuído para prejudicar a imagem de[…]”. Gera-se-me daqui a dúvida se factos e “boataria” não passam de uma e mesma coisa. Por outro lado, fica a dúvida se é a ausência de informação que alimenta a “boataria” ou se é porque há informação que se cria espaço para a “boataria”. Sobre como estas coisas interagem com a imagem também creio que será melhor deixar a problemática para ocasião mais oportuna.
6.      Última peça da nota informativa: “[dada a inoperância do Departamento em solucionar o problema […], a Escola[…]”. É remate brilhante, sem dúvida, para quem primou pela operacionalidade e eficácia ao longo das três semanas já corridas. Não somos injustos ao ponto de dizer que o problema tinha resolução fácil. Lida(va)-se com pessoas, para mais em situação crítica, mas… E depois fala-se de imagem de e, se calhar, de transparência de procedimentos, e de lealdade institucional e de … uma série de coisas que se sabe não terem substância alguma em razão de…

J. Cadima Ribeiro

quinta-feira, janeiro 26, 2012

Crónica do (mau) tempo que corre

"Olhando João Proença, não pude deixar de recordar Torres Couto, há bastantes anos e numa altura em que ainda não éramos capazes de crer que fosse possível ver degradar tanto a economia e a qualidade da governação do país."

J. Cadima Ribeiro

sábado, janeiro 21, 2012

“What makes an entrepreneur? The role of feelings”

«“What makes an entrepreneur? The role of feelings”, traduzido para português, dá qualquer coisa do género "O que é que torna alguém empresário? O papel dos sentidos", o que resulta numa expressão bastante ambígua. 
Muito menos ambígua será a problemática que está por trás desse título, que se prende com a questão de saber se é de natureza intuitiva ou racional a decisão que leva alguém a criar uma empresa ou, se quiserem, a ser empreendedor.  
Esta foi a questão central a que se propôs responder o meu filho José Pedro Cadima na dissertação de mestrado que defendeu ontem, 6ª feira,  na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, desde há poucos meses redenominada Nova School of Business and Economics, para, entre outras coisas, estar em maior consonância com o ensino em língua inglesa que pratica nos seus cursos de pós-graduação, pelo menos.»

J. Cadima Ribeiro

As últimas notícias chegadas de Lisboa

"Quero agradecer ao pikachu porque me ensinou a fazer regressões."
José Pedro Cadima

(mensagem datada de hoje, disponível na página do Facebook de José Cadima)

sábado, janeiro 14, 2012

Amo-te, um bocadinho (2)

Questionas-me, declaras-te insatisfeita
por te amar um bocadinho. 
Pese isso, confesso-te que achei a tua mensagem carinhosa, 
se bem que imprecisa na captação da realidade das coisas. 
Em boa verdade, o que eu te digo, 
e agora reafirmo, 
é que te amo um bocadinho grande, 
o que é mais que amar-te, simplesmente. 
Devias reconhecer isso, 
ao invés de aparecer como mal-agradecida, 
digamos assim. 
Pelo que te amo, 
desculpo-te isso.
...
K

quinta-feira, janeiro 12, 2012

Frutos

(Dióspiros)
[Foto da autoria de C.P.]

Amo-te, um bocadinho

Amo-te, um bocadinho
dizes-me tu,
depois de te tentar seduzir.
Toco no meu cabelo,
ponho um brilho nos olhos
e preparo-me para te receber,
no meu abraço,
na minha boca,
na minha alma.
Amo-te, um bocadinho,
dizes-me tu,
tentando esconder a emoção,
do sentimento que é
constatares, finalmente,
que alguém te ama,
que te quer a ti
e que tu a queres a ela.
 Meu amor, quando vais dizer Amo-te, apenas?
...
C.P.

quarta-feira, janeiro 11, 2012