quarta-feira, setembro 28, 2011

O meu mundo

O mundo funda-se em muita coisa. Porquê? Porque é o mundo de muita gente: o meu mundo; o teu mundo; o mundo dele; o mundo dos outros. Não há o nosso mundo, pois o meu sou incapaz de partilhá-lo seja com quem quer que seja, ou talvez tente partilhá-lo, talvez consiga partilhá-lo, mas facilmente me refugio num sítio aonde ninguém consegue penetrar.

José Pedro Cadima

sábado, setembro 24, 2011

Humor

"Como estava a envergar o meu manto da invisibilidade, não contava que dessem por mim!"

José Cadima

Mensagens curtas, endereçadas

"O trabalho, como tu sabes, é uma componente essencial do meu equilíbrio. Algumas vezes, é mesmo todo o suporte do meu equilíbrio psicossomático, o que, contraditoriamente, não deixa de ser uma circunstância infeliz."

José Cadima

quarta-feira, setembro 21, 2011

Teus olhos (II)

Em teus olhos vejo meu reflexo,
Em teus olhos me afundo.
Em teus olhos me afogo.
De meus olhos escorrem lágrimas, abundantes.
Nelas não sei nadar.

Cria-te meu salva-vidas.
Cria-te meu anjo da guarda.
Achei-te predadora de meus olhos.
Num último gesto, peço-te:
comigo vem acabar.

José Pedro Cadima

sábado, setembro 17, 2011

Suportado em poucas qualidades

Suportado em poucas qualidades,
penalizado pelos meus imensos defeitos,
cá vou eu,
fazendo este exercício difícil quotidiano que é viver,
alimentado por uma ténue esperança, às vezes,
com imensa raiva, na maior parte do tempo.

De quando em quando,
sempre que as circunstâncias mo permitem,
questiono-me sobre o porquê desta sorte,
deste tamanho azar,
interrogo-me sobre que erros cometi
que me condenaram a este destino.
Terão sido graves os erros cometidos.
A imensidão dos defeitos
esteve muito para lá das poucas qualidades
que me assistiram(assistem).
Sobrevi. Sobrevi até aos dias de hoje,
acumulando achaques físicos e desgaste mental.

Em pleno contraste,
desejo a melhor sorte a todos
os que falharam na missão de fazer das suas
e da minha vida algo aprazível.
Os meus imensos defeitos tê-los-ão tolhido
na afirmação das suas imensas qualidades.
Libertos de mim, talvez tenha chegado o momento
de verem triunfar essas qualidades.
Pudera que sim!

José Cadima

quarta-feira, setembro 14, 2011

Ser muito ingénuo ou um grande irresponsável

Como uso dizer – e sou inteiramente sincero nisso – só pensa ter filhos hoje em dia quem não tem nada mais com que se ocupar ou, o que é radicalmente pior, quem é muito ingénuo ou um grande irresponsável. Como sabes, eu encaixo-me na categoria dos ingénuos. Feito o erro, vou ter que viver com ele, mesmo que isso me custe para além do que tenho e posso dar. É uma de entre várias fatalidades com que estou confrontado. Daí a expressão cá vou indo com que quero concluir esta mensagem que decidi endereçar-te.

K

sábado, setembro 10, 2011

O efeito dos telejornais na minha vida

Sigo, a maior parte das vezes, o telejornal da noite, pelas 20 horas, quando toda a família está toda sentada à mesa para jantar. Não será uma interessante solução, mas, pelo menos, ficamos “informados” sobre o que se vai passando um pouco por todo o mundo e os mais novos sempre vão tendo alguma percepção da situação social e económica que se vive! Claro que a informação que recebemos é filtrada, mas, apesar de tudo, penso que os jornalistas são mais do que necessários… Ainda bem que existem, para o bem e para o mal! Não obstante, quando precisamos de nos sentir mais animados, apagamos a televisão e ficamos a ouvir música ou simplesmente a falar!...
Sim, porque isto de estar quase uma hora, depois de um dia estafante de trabalho, a ouvir notícias tão deprimentes (comparem o perfil actual dos telejornais com o dos anos oitenta), só pode dar problemas! Felizmente, não tenho pensamentos suicidas, acreditando que, caso os tivesse, algumas vezes poria em causa a importância da minha existência!
Para nos cativarem, lá vão dando quase no fim do telejornal alguma notícia positiva, que já não consegue contrabalançar tudo o resto que se ouviu durante quase uma hora!
Que raio de sociedade se está a construir, acelerada e em que os benefícios sociais estão a acabar! E o esquecimento de quem está ao nosso lado e passa mal? E a vontade desenfreada de ganhos económicos faz-nos esquecer os valores humanos.
Vi, por acaso, há dias, uma reportagem que falava do Butão, que nas últimas décadas apostou na felicidade das pessoas e parece estar a dar resultado… No entanto, falta-nos a cultura deles para poder enveredar por esse caminho.
Começo a ter a certeza de que a sociedade vai ter mesmo que mudar; mas terá que ser à custa de “revoluções”? Quanto tempo se demorará a ver o que dá felicidade às pessoas e a encontrar outro caminho? Que bom que era assistir à diminuição do número de “chicos espertos”, à injustiça social, e a muitas outras coisas (por exemplo, diminuição do número das depressões), ainda que o seu extermínio seja impossível. Apesar de tudo, somos seres humanos!

Leonor

sexta-feira, setembro 09, 2011

As últimas notícias que chegaram de Lisboa

Via Facebook de

"Next bedroom: Baixa-Chiado ;)"

Bala apontada aos céus de Barcelona


Dias infelizes: “remake”

Queria alhear-me do que vejo,

queria esconder o que sinto,

neste tempo de turbulência insana.

Queria evadir-me desta prisão

em que se tornou o meu dia-a-dia,

mesmo que a evasão

não possa ser senão esporádica e precária.

Sinto tarefa tremenda

esta de procurar alguma felicidade.

Sinto tarefa penosa

esta de viver, nos dias que correm.

Mais do que gregos,

dir-se-á que me vejo (nos vemos, muitos de nós) português(eses),

o que devia ser sinal de esperança

mas não o é!

Melhores dias virão!?


K

domingo, setembro 04, 2011

Sonhos

Procuro em meu redor
e só te encontro a ti,
meu sonho,
meu pesadelo, tantas, demasiadas vezes.
Quando se alimentam sonhos,
dá-se espaço para o pesadelo.
Onde crescem flores,
crescem, também, cardos,
exuberantes, até floridos, espinhosos.
Os rios dos sonhadores
são coloridos de vermelho,
vermelho de sangue, insisto.
Procuro em meu redor
e acho saudades de ti,
anseio ardente de ter-te
ao alcance dos meus braços,
preso que estou na teia
que me faz refém deste amor
muito procurado, temido, louco.

José Pedro Cadima