sábado, abril 30, 2011

Mau governo e clientelas

Portugal atravessa um dos períodos mais críticos da sua história económica recente, fruto de má gestão macroeconómica, ausência de projecto para o país e vazio de liderança política, entregue que tem estado a agentes cujo compromisso é unicamente com a sua sobrevivência enquanto actores políticos e com a sua corte de seguidores ciosos de protagonismo e de partilha de benesses a que se acede em razão de filiações clubísticas.

J. Cadima Ribeiro

quarta-feira, abril 27, 2011

Amor é

Amor é
Ficar a mirar a lua
Por entre o teu abraço
Contar as estrelas
Uma a uma
Perdendo-lhes a conta
É constatar que somos almas-gêmeas com defeitos
Que o tempo se encarregará de amolecer
Que a eternidade do nosso amor esconderá
Um bom-dia para ti!

C.P.

segunda-feira, abril 25, 2011

A esperança passou por aqui

Vai! Vai contar
que um dia a esperança passou por aqui.
Resistindo ao tempo,
resistindo à frustração dos anos passados,
vai para que também tu
não resultes aprisionado
por esta cadeia de fogos fátuos
que anunciam libertadores
que nos deixam cada dia mais prisioneiros
dos seus pequenos interesses,
e das ambições das suas cortes de amigos.
Vai. Foge desta terra de renegados
para que um dia também nós
possamos acordar e gritar liberdade!

José Cadima

segunda-feira, abril 18, 2011

Dias infelizes

Queria alhear-me do que vejo,
queria esconder o que sinto,
neste tempo de turbulência insana,
mas tu existes.
Não fora o teu carinho
me permitir esporádica evasão,
seria tarefa árdua procurar alguma felicidade,
tão árdua quanto procurar agulha em palheiro.
Em contextos passados,
dir-se-ia que nos veríamos gregos.
Nos dias infelizes que correm,
dir-se-á que nos vemos portugueses,
e fica tudo dito.
Que bom é existires!

K

domingo, abril 17, 2011

Sonhar demasiado alto

"Esperançosa seria mesmo a implosão do sistema político-partidário que temos. Daí, sim, poderia resultar alguma renovação e, logo, um renovar de esperança dos portugueses. Será, porventura, sonhar demasiado alto."

J. Cadima Ribeiro

terça-feira, abril 12, 2011

Desde que te conheço (II)

Desde que te conheço

que sonho contigo.

Desde que te conheço

que te imaginei o grande amor

com que sempre sonhei.


Só algum tempo depois me apercebi

que, se me amavas,

amavas-te muito mais a ti mesma.


Feitos um para o outro,

imaginei-te eu.

Feito para te servir,

tomaste-me tu.


Desde que te conheço,

fez-se-me claro

quão melhor para mim era saber-te longe,

no outro lado do mundo.


José Pedro Cadima

sexta-feira, abril 08, 2011

Anseio

Ensaio seguir caminho,
temeroso do futuro,
desencantado do passado.
Anseio voltar a experimentar o repouso
de uma noite tranquila.

José Pedro Cadima

segunda-feira, abril 04, 2011

O que te quero dizer agora

O nervosismo que tenho ao falar-te
é só suplantado pela necessidade que tenho
em ser-te sincero.
Um sermão que te possa dar
não seria mais que um chamamento
ao quanto te quero.
Perdi a oportunidade de te encontrar
na claridade de um momento
que fosse o certo.
Estando tão longe,
é tão irónico dizer-te hoje
a preferência que te dou.
Como reverso da medalha,
fico muito mais livre do medo
de te contar tudo aquilo que faço,
mesmo estando tão mal.
Se não te levar pela natureza,
não me sentirei capaz de te dar flores
noutro qualquer local.

Se resistir ao impulso
é ter bom senso,
neste assunto, então que o perca todo aqui.

José Pedro Cadima

sábado, abril 02, 2011

Momentos rosa, pores-do-sol laranja

Momentos rosa;
pores-do-sol laranja,
roxos, esverdeados;
arco-íris brancos,
cor-de-rosa, de todas as cores…
Por onde andam?
Onde se escondem?

As abelhas nas flores os procuram,
as toupeiras no solo
e as baleias no fundo do oceano.
E o homem?
Esse, procura-os na lua…
Esse, escapando-lhe a lua,
sonha que uma estrela cadente
algum dia lhe traga luar bastante
para iluminar uma existência
em risco de ruína.

José Pedro Cadima