quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Pessoas que nos inspiram

«Há sempre pessoas que nos inspiram na carreira ou na vida que encetamos. No meu caso, em termos universitários, o meu inspirador foi o meu orientador de doutoramento; em termos pessoais, terão sido, sobretudo, o meu avô José Pedro e o meu tio Alberto Cadima. Aqui em Braga, encontrei um empresário e gestor, entre outros, por quem tenho imensa simpatia.
Não é difícil encontrar tais pessoas. Entretanto, cada um de nós tenderá a escolher referências diferentes.»
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J. Cadima Ribeiro

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Lisboa, Fev. de 2011: as mensagens que vão chegando

«As conferências têm como objectivo levar pessoas a conhecer boas histórias pessoais.
Temos casos de pessoas que abandonaram o emprego que tinham porque lhes tomava tempo excessivo e lhes prejudicava a saúde. Era mais nessa perspectiva que eu queria recolher contributos.
Em boa verdade, tinha(tenho) em perspectiva convidados que entretenham indivíduos como os meus colegas, que vão perdendo a noção da realidade.
O meu interesse no projecto é mesmo o dos balões, da produção de mensagens felizes e de cartazes insipiradores. Mas, como equipa, tenho de me sacrificar um bocado também e encontrar oradores.

Eu não tenho muito tempo. Mas a minha dificuldade não é arranjar tempo, mas sim tirar proveito do que tenho. As minhas decisões pessoais são sempre confusas e intrometem-se no restante. Para já, tenho tentado manter distância em relação a muita coisa que me tira o sossego, tal como tenho estudado e feito os trabalhos que me vão sendo agendados.
Sinto necessidade de me ocupar com actividades diferentes. As que tenho não me ajudam a
espairecer.»
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José Pedro Cadima

sábado, fevereiro 19, 2011

Gosto pouco de "decoradores"

Gosto pouco de homens decoradores, daqueles que fazem questão de intervir, de forma sistemática, na decoração da casa e que metem o bedelho em tudo o que são tarefas domésticas (em termos de opinião, claro está, pois em termos de acção, até é de louvar quem se preocupa, por exemplo, em ajudar a fazer o jantar). Começam por ter a sua graça e até ouvimos as nossas amigas dizerem bem alto: que sorte a tua! Quem me dera que o meu fosse assim!
No entanto, ao fim de algum tempo, a graça esvanece-se e tudo começa a ser um verdadeiro pesadelo! Além das discussões passarem a ser frequentes, porque tudo é decidido a dois (às vezes até o tipo de papel higiénico), ao fim de algum tempo isso leva-nos a questionar se o homem que vive connosco não terá outras tendências e, aí sim, começa um verdadeiro inferno! Esta é uma experiência de muitos anos que serve de aviso para as minhas amigas em situação semelhante! Sim, porque uma das coisas que aprendi na vida é que não é por acaso que os homens de verdade não ligam à decoração da casa e não andam sempre a intervir na parte estética ou em coisas afins.
Se o seu marido é um desses, cuidado, minha amiga, pois deve haver por aí algo mais...
Arranje um que lhe diga: "tu é que sabes", quando perguntamos algo sobre a casa. Esse sim, ainda que "pouco feminino", revelará ser um verdadeiro homem do tempo das cavernas!

Leonor

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Memórias


Imagens de tempos inclinados, não sei se mais se menos que os tempos que correm.
K

[Fotos da autoria de Eva Soares e de José Cadima, obtidas via Facebook de José Cadima]

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Não vos falo ...

[...] Não vos falo das palavras mansas que se escutam quotidianamente das bocas dos intérpretes destas acções. Não vos falo dos valores que dizem defender e que não se coíbem de ir para a praça pública enunciar. Deixo-vos apenas o meu protesto “público” e a veemência do meu repúdio.
Não é caso único (na sua natureza). Não é só da organização que aqui invoco que vêm esta mesquinhez e esta desconsideração pela saúde e pelas pessoas. A minha revolta e o meu repúdio não são menores, por isso. Pelo contrário, são ainda muito maiores.

J. Cadima Ribeiro

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Arca de Noé

"Hoje, choveu cá (i.e., em Lisboa) o dia todo. Acho que vi a arca de Noé a descer a avenida!"

José Pedro Cadima

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Vale a pena?

Vale a pena
Todos os dias te dizer
“Amo-te”?
Sim, vale a pena
Pois um dia
Quando eu partir
Terás o meu sussurro recente
Quando meu corpo
À natureza voltar
E não puder mais me declarar…

C.P.

Palavras escritas

Prender um texto ao nosso vocabulário
não é matar a literatura.
Prender um texto ao que sabemos,
mesmo pouco, é dar-lhe um pouco de nós.
Expressar sentimentos,
embora de forma rudimentar,
pode ser mais belo
e ter mais significado
que fazê-lo através de palavras trabalhadas
mas vazias de sentimento.

José Pedro Cadima

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Sonhos com Insónias

Abro os olhos para entender
se estou acordado ou a dormir.
Sinto-me numa repetição imensa.
Sonhei com tudo o que vou fazer;
já sei como acaba.

Tenho tantas dúvidas de que estou a dormir
como dúvidas de que esteja acordado.
Estas insónias corrompem-me a liberdade de escolha:
tudo o que faço foi planeado.

Será que realmente já fiz o que sonhei?
Será que apenas sonhei com isso?
Será que decido alguma coisa?
Cometo uma imensidade de crimes de olhos fechados.

Estas insónias trazem-me cansaço:
ver a realidade durante tanto tempo
dá cabo de um gajo!
Mas, pelo menos a sonhar,
nestas estrofes posso escrever a palavra gajo,
cujo uso comum fica tão mal.

Sinto falta de saber quando me deitei.
Parece que "vivo" as vinte e quatro horas de cada dia.
Sei que há horas em que apenas me confundo.

Abro os olhos para entender.
Tenho insónias porque tenho dúvidas
de que consiga dormir.

José Pedro Cadima

domingo, fevereiro 06, 2011

Sonho Molhado

Os teus doces contornos
chateiam até os meus cabelos.
Não sei o que fazer à imaginação;
não tenho forma da prender!

Observo-te de perto,
à distancia de um toque,
contradizendo todo o desejo,
como num pesadelo.

Queria dizer-te como tudo
me faz tender
para um sonho molhado,
onde tu me dizes o que escrevo.

José Pedro Cadima

Pato curioso ou pato com fome?


sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Lutar até ao fim

Nasci para lutar
Por uma vida que valha a pena
Nem sempre me sorriu
Tive que renascer
Para te poder amar
Para me defender
Hoje sinto-me mulher
Mais corajosa que muitas
Com bastão tento defender-me
Dum mundo tão imperfeito
Como eu gostaria que fosse diferente…
Mais logo vou reencontrar-te
Esquecer tanta imperfeição
Tocar a lua
E gritar ao mundo, bem lá de cima
Vou lutar até ao fim!…
Vou lutar até que a vida me fuja!…

C.P.

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

(De volta a)O mundo

Desço suavemente, fazendo festas ao mundo,
não vá ele enfurecer-se.
Pressinto-o zangado,
deixando-me descrente de que tenhamos futuro.

Puxo das forças e da coragem que me restam
e olho-o nos olhos.
Tento dizer-lhe que ele está no centro das minhas preocupações.
Procuro dar-lhe expressão do meu empenho
na construção de um projecto económico
menos delapidador de recursos,
mais respeitador dos equilíbrios naturais.
Falo-lhe com carinho.

Vejo-o rosnar, primeiro, sacudir-se, depois,
e aquietar-se, de seguida.
Questiono-me se acreditou no que lhe disse.
Acreditando ou não,
deixou-me seguir caminho.

José Pedro Cadima