Caminho ziguezagueando por entre os corpos intoxicados da multidão. O cenário com que me deparo é sinistro. Cruzo-me com seres cheios de poucas boas intenções e com muita substância ilícita na mente, nos olhos e nos bolsos.
Vem-me à memória a pouca consciência de indivíduos que afogam a sua sobriedade numa toca longe deste local. São os habitantes desses buracos na terra que transportam a mágoa até outros indíviduos, seres perdidos na vida, à procura do seu passado, um passado sem drogas nem alucinações.
Sobressalta-me este pensamento. Questiono-me se dêvo vertê-lo aqui e, por essa via, levar o sobressalto a outros. Aproveitando sentir-me leve, transporto ainda mais coisas. Se calhar é nisso que falho. Deveria ter feito um buraco no jardim e deixado lá tudo quanto me atormenta. Terrível momento este. Como é que a inconsciência dos actos pode ser fonte de conforto?
Vem-me à memória a pouca consciência de indivíduos que afogam a sua sobriedade numa toca longe deste local. São os habitantes desses buracos na terra que transportam a mágoa até outros indíviduos, seres perdidos na vida, à procura do seu passado, um passado sem drogas nem alucinações.
Sobressalta-me este pensamento. Questiono-me se dêvo vertê-lo aqui e, por essa via, levar o sobressalto a outros. Aproveitando sentir-me leve, transporto ainda mais coisas. Se calhar é nisso que falho. Deveria ter feito um buraco no jardim e deixado lá tudo quanto me atormenta. Terrível momento este. Como é que a inconsciência dos actos pode ser fonte de conforto?
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José Pedro Cadima